segunda-feira, 28 de abril de 2008

Perfil: Adriane Galisteu - Saiba mais sobre a Galisteu !

Matéria da Revista "QUEM"

Adriane Galisteu: conquistas e amores

Saiba mais sobre Adriane Galisteu, apresentadora do programa É Show e dona de um estilo forte e inconfundível (Por Luciana Borges)

Adriane Galisteu definitivamente conquistou seu espaço na televisão. Hoje é dona de um programa semanal que reflete seu estilo moderno, capaz de impor tendências. O trabalho lhe rendeu fama, passagem livre pelas capas de revistas e dinheiro. No seu apartamento de 700 m² no bairro paulistano de Higienópolis, a apresentadora passa a maior parte do tempo sozinha, curtindo os poucos momentos de folga.

O ritmo intenso de trabalho, que inclui não só o programa na Rede Record, mas gravações de comerciais e a negociação de franquias de produtos com sua assinatura (esmaltes, sandálias e perfumes, entre outros) fizeram de Adriane uma das mulheres mais bem-sucedidas da televisão brasileira na atualidade.

O começo de sua carreira, no entanto, foi atribulado. Adriane Galisteu carregou por muito tempo a designação 'namorada de Ayrton Senna' quando se apresentava como modelo. Com a morte do piloto, a fama instantânea lhe mostrou o lado bom e o lado ruim de ser conhecida. Muitas foram as críticas e acusações de que ela estaria se promovendo às custas da fama dele, principalmente depois do lançamento do livro O Caminho das Borboletas, no qual Adriane contava detalhes de sua vida ao lado do namorado famoso. Ainda dividia a dor da perda de Senna com Xuxa, ex-namorada do ídolo e presença constante nas conversas que envolviam o piloto.

Adriane posou para a revista Playboy em um dos ensaios mais comentados de todos os tempos. Todos queriam ver as curvas da modelo que fora namorada de Senna. Depois, ficou conhecida por suas dietas e a receita da sopa emagrecedora que ela mesma criou para manter o corpo em forma. Teve ainda uma polêmica participação na novela Xica da Silva, na qual estreou como atriz, em uma trama que privilegiava cenas de nudez.

No teatro, Adriane deu mais sorte. Foi sucesso nas duas peças em que estrelou. A primeira, Deus lhe pague, dirigida por Bibi Ferreira; a segunda, Dia das mães, tinha Paulo Autran como diretor. Já como apresentadora, Galisteu sempre esteve à frente de programas nada convencionais. Começou apresentando o Ponto G, programa que falava sobre sexo, na CNT/Gazeta. Quando saiu de lá, para comandar o Quiz MTV na emissora jovem, Monique Evans entrou em seu lugar. O sucesso na MTV levou Adriane para a recém-inaugurada Rede TV!, estreando o Superpop, atração hoje comandanda por Luciana Gimenez. Foi com o Superpop que ela criou estilo próprio e conseguiu reconhecimento como apresentadora. Em outubro de 2000 foi para a Record comandar o É Show, atração que leva o seu nome.

Hoje é uma mulher famosa, não só pelo corpo bem cuidado como pela dedicação em realizar seus projetos pessoais. A personalidade determinada se reflete em todas as áreas de sua vida e não só no trabalho. Um exemplo está em sua decisão de não comer mais chocolate. Viciada no doce, ela decidiu não facilitar: 'Sou apaixonada por chocolate, é uma compulsão. Mas fiz uma promessa e só como no mês da Páscoa. Cumpro isso a seis anos'. Quando fala de si mesma, Adriane somente reforça essa imagem de mulher durona e empreendedora. 'Sou uma mulher difícil. Determinada, brava, mimada e com todos os hormônios e paranóias femininas a que tenho direito'.

Jeito meigo apenas quando está apaixonada. Protagonista de muitas fotos calientes nas revistas, Adriane não se incomoda de mostrar seu amor quando está vivendo um relacionamento: 'Sou muito intensa. Amo muito, sofro muito e esqueço muito. Vou continuar procurando minha felicidade, seja como for'. Ela acredita em amor eterno, em ter um companheiro para a vida toda. Depois de sofrer com o término de seu relacionamento com o cantor Jayme Camil, ela está imersa em outra aventura amorosa. O namoro com Dado Dolabella vai de vento em popa.

As conquistas de Adriane

Adriane Galisteu sempre é vista bem acompanhada. Desde que se tornou famosa por ser a namorada de Ayrton Senna na época em que o piloto morreu, a loira esteve ao lado de belos e interessantes companheiros. Polêmica, ela causou sensação na mídia ao promover uma megafesta de casamento com o empresário Roberto Justus. Pouco mais de oito meses depois da comemoração, o relacionamento chegava ao fim. Sem se abalar, a apresentadora manteve affairs com Rogério Gallo, Alexandre Accioly, o cantor mexicano Jayme Camil e, recentemente, com o ator e cantor Dado Dolabella. Dado, por sua vez, também coleciona beldades entre suas ex-namoradas, como Wanessa Camargo e Déborah Secco.
Definitivamente é um par que combina

domingo, 27 de abril de 2008

Casamento da Adriane Galisteu !

Matéria da Revista "Veja" em 16/12/1998

Poderosíssima!
O casamento de Adriane Galisteu, a loirinha cabeça-de-vento que se transformou em mulher de sucesso, sela o apogeu de quem tinha muito pouco para dar certo e conseguiu virar o jogo. (Lidice-Bá)



De tiara de ouro e buquê de arruda contra mau-olhado, Adriane desfila a caminho do altar.


A noiva estava de branco. E apaixonada. Encerram-se aí as manifestações de apego às tradições. Adriane Galisteu, a garota bonitinha que teve uma oportunidade na vida (Ayrton Senna) e a perdeu tão rapidamente, casou-se na semana passada, aos 25 anos, na condição de mulher poderosa, no apogeu do sucesso e no comando do próprio destino. Alguns exemplos, simbólicos ou concretos. Adriane entrou sozinha, radiante no vestido bem simplezinho, não obstante a griffe Valentino. Tiara de ouro branco na testa, cabelos soltos, bronzeada como se saísse do forno naquele instante e magérrima, ela desfilou com pose e passo de modelo até o altar, onde, em cerimônia de menos de quinze minutos, se uniu ao publicitário paulista Roberto Justus. Na mão, um buquê de arruda, para "afastar o mau-olhado", providência de primeira necessidade no caso de uma mulher linda, famosa e rica que encontrou um tremendo bom partido e faz planos de viver com ele feliz para sempre, ou pelo menos enquanto durar. Na retaguarda, um contrato de separação total de bens dos cônjuges. Detalhe: assinado por insistência dela, "para me poupar dos comentários maldosos de que estaria dando o golpe do baú".

Quantas mulheres tomariam a iniciativa de dar essa radical e incontestável prova de independência? E quem imaginaria ver entre esse clube com certeza restrito justamente Adriane Galisteu, a namoradinha cabeça-de-vento de Ayrton Senna, tantas vezes objeto de comentários maldosos sobre a verdadeira natureza de seu relacionamento com o piloto introspectivo? Ao perder o namorado famoso, há menos de cinco anos, Adriane tinha fama duvidosa, zero na conta bancária e poucas chances de se tornar algo mais do que uma viúva não oficial que o tempo se encarregaria de apagar da memória. Com garra, disciplina e tino, virou o jogo. Foi ficando cada vez mais loira, cada vez mais magra, cada vez mais exuberante, cada vez mais segura de si, até se tornar o que é hoje: a mulher que todas queriam ser e que todos queriam ter, uma espécie de Carla Perez da classe média, em que os músculos quase insuportavelmente esculpidos substituem a abundância dorsal como símbolo de beleza. Adriane construiu uma carreira, reconstruiu o corpo e realinhou o coração. Para quem quisesse ver, na quinta-feira passada os noivos exibiam sua condição de mútuo embasbacamento, vivida desde quando se conheceram, há meros seis meses. O acordo de separação de bens não exclui mimos apaixonados. De noivado, ela ganhou uma aliança de brilhantes e, de casamento, um Mercedes cupê, que dividirá espaço na garagem do apartamento de 1.000 metros quadrados onde vai morar com o Mercedes que já tinha e com o velho Fiat Uno prata, presente de Senna. É uma das poucas lembranças que carrega daquela fase da vida. Da família do piloto, por quem sempre foi esnobada solenemente, ninguém foi convidado para o casamento. "Não faz o menor sentido. É outro momento da minha vida. Mas também não guardo mágoas. Mágoa dá câncer e não quero morrer disso", diz a noiva.

Na volta da lua-de-mel, em Los Angeles e Las Vegas, Adriane pretende retomar a agenda de estrela com corpo de sereia e cabeça de caixa registradora: desfilar, apresentar programas de rádio e TV, fazer campanhas publicitárias, comparecer a eventos, promover os dois produtos licenciados com sua imagem (jóias e sopa dietética) e ainda licenciar mais quinze. Justus, dono da agência NewcommBates (faturamento de 120 milhões de dólares em 1998), que tem dinheiro de sobra para sustentar Adriane o resto da vida, se conforma. "A vida profissional é tudo para ela e tenho de entender", acredita o publicitário, que já está virando celebridade por aproximação. "Me reconheceram no Guarujá, mas não dei autógrafo." Quem já passou por isso sabe que é duro. O ex-namorado de quase quatro anos Júlio Lopes conta que, no final da relação, estava farto da fama de Adriane. "Até em Miami tinha assédio. Ela adora."

Tanta exposição enche o cofrinho de Adriane. Ela chegou ao primeiro milhão de dólares em 1996 e hoje tem patrimônio no mínimo três vezes maior. Sua renda mensal é de cerca de 80.000 reais, mas, do mesmo jeito que ganha bem, gasta bem. Costuma torrar a metade do salário com roupas, sapatos, viagens e com a mãe. Tanto o ímpeto gastador quanto outras lições aplicadas pela vida, ela explica pela seqüência de mortes que a acompanha (o pai, quando ela tinha 15 anos e estava viajando escondido com o namorado, Senna e o irmão, vitimado pela Aids). "Com a morte do meu pai aprendi a não mentir. Com a do Ayrton aprendi a não fazer planos. Mas a maior lição foi com a morte do meu irmão, quando aprendi que o dinheiro não pode resolver tudo. Por isso, hoje nada mais me choca nem me assusta." Morte é tema recorrente na conversa de Adriane. "Aprendi quase tudo o que sei através da dor pela morte de pessoas queridas. Mas agradeço também por isso. Se não fossem essas perdas, talvez eu não tivesse chegado aonde cheguei", diz a modelo, que nasceu na Lapa, bairro de classe média de São Paulo, e começou a posar aos 9 anos, num comercial para a rede McDonald's. Conheceu Senna em 1993, no autódromo de Interlagos, a trabalho para a agência Elite. Ele venceu a prova. À noite, na festa da vitória, ela recebeu atenções explícitas do piloto e um convite para passar o fim de semana seguinte em sua casa, em Angra dos Reis. Pronto: o passaporte para a fama estava na mão.

Durou pouco. No dia da morte de Ayrton Senna, Adriane, que o seguia pelo mundo e não trabalhava havia meses, viu-se sem um tostão no bolso, na casa do empresário carioca Antônio Carlos de Almeida Braga, o Braguinha, em Portugal. Foi ele quem pagou sua passagem de avião para vir ao enterro e hospedou-a em sua fazenda em Campinas, no dia seguinte. Ali, Adriane, transtornada, recebeu a visita da mãe de Senna, Neide, que foi lhe oferecer um cheque de "5 000 ou 10.000 reais", segundo ela, para que "recomeçasse a vida". Não aceitou. Pelo resto do ano, Adriane envergou o manto de viúva, engordou e viu o rosto pipocar de espinhas. Nada, porém, que obscurecesse definitivamente o faiscar dos olhos azuis, a maciez da pele dourada, a extensão interminável das pernas de modelo. Não foi difícil perceber que sua beleza impressionava as pessoas e lhe dava poder. Com quem Adriane, moça de origem humilde que nunca antes se destacara em nada e ainda hoje é capaz de comemorar a "guinada de 360 graus" que aconteceu em sua vida, aprendeu a ser tão esperta? "Na hora de tomar uma decisão, sempre ouço várias pessoas. Depois misturo tudo e sigo minha intuição", diz Adriane, que para posar nua para a Playboy esgotou a paciência de seu amigo Braguinha. "Infernizei mesmo. Ligava todos os dias pedindo conselhos."

A segunda dose da edição recorde — até hoje nenhuma beldade derrubou as vendas de Adriane — está vindo aí. Ela negocia posar para a primeira capa da Playboy no ano 2000, um repeteco que o maridão, confessadamente ciumento, já se comprometeu a engolir. A exposição do corpo malhado com disciplina de fuzileiro naval americano não é a única área que exigirá negociações conjugais. Ela fuma um maço de Marlboro por dia e não consegue parar. Justus detesta cigarro. Ela é totalmente informal longe das câmaras, ele parece ter nascido engomado — "Somos muito parecidos, com nosso jeito passadinho a ferro, sempre usando roupas combinando e secando o cabelo com o secador", compara um amicíssimo do noivo, o cantor Ronnie Von. O amor vencerá, espera-se. Como saída alternativa, Adriane Galisteu já demonstrou que não depende mais de um homem, por mais famoso ou rico que seja, para tocar a sua vida.

Separação de Adriane Galisteu e Roberto Justus !

Matéria da Revista "Veja" - 01/09/1999

Nem arruda segura
Ela extrapolou, ele cansou, e o sucesso separou Adriane Galisteu e Roberto Justus (Rachel Campello)

Foi uma cena plenamente digna de sua protagonista. Segunda-feira, Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, a modelo e apresentadora Adriane Galisteu vira-se para o bando de jornalistas e fotógrafos que sempre saltita em torno dela e confirma: "Estou separada". Assim, numa coletiva improvisada, sacramentou-se oficialmente o já alardeado fim do casamento nunca oficial da loiríssima, lindíssima e aparecidíssima Adriane, 26 anos, com o publicitário bom partido Roberto Justus, 44. Durou oito meses de muita exposição e rarefeita convivência, período em que a estrela Galisteu explodiu em frenética combustão enquanto o plácido e comportado Justus tentava administrar o reflexo de tanto brilho na vida do casal. Para todos os efeitos, separaram-se em bons termos e ainda se amando muito. Mas um e outro deixam escapar, em cada conversa, as inevitáveis mágoas. "Cansei da rotina de estar sozinho. Quem realmente quer que uma relação dê certo consegue achar espaço para isso", alfineta Justus. "O Roberto apreciava meu trabalho, mas queria que eu jantasse em casa, que eu fosse para o sítio. Não posso marcar coisas como um casal normal. E não vou me torturar por isso", devolve Adriane.

Assim, em público, como quase tudo na vida dessa loira movida a fãs e holofotes, Adriane entrou para o clube das mulheres ricas, famosas, poderosas e sozinhas. Casamento, quando acaba, todo mundo dá palpite. Imagine-se uma união como a da modelo badalada com um publicitário muitíssimo bem de vida, que já era dada como pouco promissora desde antes de consumada, com festança e muitos ramos de arruda, em dezembro passado. Falante do tipo que escancara o coração, Adriane não está propriamente cultivando rugas de preocupação na análise do que deu errado. "Minha ausência gerou cobrança", diz ela. Nenhum dos dois esconde que o fora partiu dele. Ela nunca se mudou – "nunca fez um supermercado" – para o apartamento de 1 milhão de dólares que decoraram no capricho para morar. Pululava pela noite sem ele mas com outros, como o nadador Fernando Scherer, o mais recente na lista de supostos namorados cevada pelas más línguas. "Fazia uma série de coisas que geravam fofoca. Eu avisava que isso poderia prejudicar sua vida, mas ela não se importava", lembra Justus. Só muito raramente falavam sobre o trabalho dele, porque "a Adriane é uma pessoa tão concentrada nela mesma que dificilmente se interessa pelos assuntos dos outros".

Bem-amado – Acumulando tudo isso, na sexta-feira retrasada Justus aproveitou a rara chance de uma conversa a sós e puxou o carro. "Ela falou para a gente não divulgar, dar um tempo para se ajustar, mas eu disse que podia divulgar sim, porque eu não queria mais", conta Justus. Ato contínuo, Adriane viajou para o Rio, onde, de biquíni e ar de desafio, deslumbrou a platéia em um desfile de moda. A separação se deu dentro da mais absoluta civilidade, garante ela, desfazendo o zunzunzum ao aparecer dois dias depois com um mínimo corte no lábio ("bati com a chave do carro") numa sessão de fotos. "Não consegui conciliar trabalho com a vida de esposa, e perdi o jogo", admite Adriane. "Mas não podia abrir mão do meu trabalho. Estou no melhor momento de minha vida." E que momento. Adriane, que ao se casar tinha patrimônio de 3 milhões de dólares e ganhava 80 000 reais por mês, hoje põe nome em cinco produtos, prepara mais um programa de TV, é sócia de uma casa noturna, desfila em toda passarela importante e arrecada no fim do mês algo em torno de 130 000 reais. Justus também não tem do que se queixar nesse departamento. Desde que cresceu e apareceu ao lado de seu mulherão em festas badaladas (numa delas, foi vestido de Zorro), o faturamento de sua agência, a NewcommBates, pulou de 120 milhões para mais de 200 milhões de reais por ano. No lado pessoal, esses oito meses renderam em, digamos, estilo. Ele abdicou do penteado armado, repicou os cabelos, aderiu ao jeans e camiseta. Ela, no mínimo, aprendeu a controlar o vocabulário, antes coalhado de palavras que não pegam bem em ambientes finos.

Cumprindo seu acordo de separação total de bens, Adriane deixou para Justus o apartamento com tudo dentro. "Não quero nada. O apartamento é lindo, eu escolhi cada prego, mas a vida da gente é assim mesmo", conforma-se ela, que só tem elogios para o carinho e a gentileza do ex-marido. Justus, aliás, é o mais bem-amado dos ex. Dá-se muito bem com a primeira mulher, Sasha, com quem tem um casal de filhos, e com a segunda, Gisela Prochaska, mãe da caçula e de quem se separou num mês para cair de amores por Adriane no outro. "Nunca acreditei que os dois fossem dar certo", espeta Gisela. "Ele é caseiro, começou a sair mais só para agradá-la. Ele fez a parte dele. Ela, não." A exposição proporcionada pelo casamento com Adriane pesou um pouquinho na finança pessoal desse ex-marido exemplar. Aos 38 anos, dona de uma empresa de marketing, Gisela há alguns meses pediu que a gorda pensão, o carro blindado e a manutenção do apartamento a que tem direito em nome da filha fossem reavaliados para cima. "Com tanta notícia de que a casa nova dele custava uma fortuna, de que a empresa estava indo tão bem, achei que era hora de atualizar. Ele concordou", comenta. Por ingrata coincidência, o atual acordo foi fechado exatamente na sexta-feira da separação de Justus e Adriane. Solidária, Gisela mandou os advogados darem um tempo na cobrança dos novos termos. "Esperem um pouco", disse. "Ele está sofrendo muito com a separação." Diante de um ex que faz por merecer tal prova de consideração, dá até vontade de pedir: "Volta, Adriane, volta".

Biografia: Adriane Galisteu

Matéria da "IstoÉ Gente" de 22 de novembro de 1999.

Essa matéria é praticamante uma biografia da Adriane Galisteu:

A maior aposta de Adriane Galisteu
A modelo estréia programa de auditório no horário nobre da Rede TV!, fatura R$ 5 milhões por ano e promete que não vai passar o réveillon de 2000 sozinha (Rodrigo Cardoso)

Exausta depois de uma sessão de fotos que a consumiu das cinco da manhã às dez horas da noite, Adriane Galisteu sentou-se numa calçada nas proximidades do aeroporto de Atenas, na Grécia, e respirou fundo. Corria o ano de 1995 e ela sequer imaginava para qual direção caminhava sua carreira. Logo que esvaziou os pulmões e sentiu-se aliviada, ouviu o nome sendo sussurrado por uma aglomeração de pessoas que caminhava em sua direção. Eram freiras e padres brasileiros que, ao reconhecerem o rosto da conterrânea, sucumbiram à tentação numa cena explícita de tietagem: "Nossa Senhora, é a Galisteu!", espantaram-se. "Que Deus a ajude em sua trajetória, minha filha." Foi nesse momento em que sentiu boas vibrações, que a então modelo, conhecida como a última namorada de Ayrton Senna, percebeu que poderia ir mais longe.

Na segunda-feira 15, ela enfim deu início ao maior passo de sua carreira, ao estrear em rede nacional à frente do programa Superpop, da Rede TV!. Galisteu conquistou o posto de estrela maior da nova emissora, ao receber a missão de comandar o horário nobre, das oito às nove e meia da noite, de segunda a sábado. "Ela é a grande aposta da emissora", diz Ric Ostrower, 30 anos, diretor do Superpop. "Já estava na hora de mostrar a que vim. Não posso ser modelo e depender do corpo eternamente", diz Galisteu. "É a minha grande virada."

Pela primeira vez em sua curta trajetória de sucesso, Galisteu topa entrar em um estúdio de gravação no início do dia e sair altas horas da noite. Para gravar um programa de uma hora e meia, ela passa o dobro do tempo no estúdio. Divide o tempo entre cabeleireiro, maquiagem e a animação da platéia. Na quarta-feira 17, às 3h30 da madrugada, ela já havia gravado o segundo programa no mesmo dia, mas correu do estúdio à sala do diretor, onde assistiu à fita do programa marcado para ir ao ar no sábado 20. Discutiram se o placar, queimado durante o game show, quadro do programa que dura 40 minutos, prejudicaria o conteúdo na edição final. Às 5h, mais de 12 horas depois de chegar à emissora, Adriane continuava trancada com sua equipe e a direção da Rede TV!, numa reunião. A maratona só terminou com o céu claro.

Para Adriane, acostumada a uma maratona de sessões de fotos, desfiles, eventos e filmes publicitários, esse esforço representa deixar de ganhar dinheiro para investir num novo foco de sucesso. Antes de assinar com a Rede TV!, ela engordava sua conta corrente a cada vez que espocasse um flash sobre seu rosto, mesmo que fosse pela simples presença numa festa - o que lhe rendia até R$ 15 mil por uma saída. Os compromissos se acumularam a ponto de, há dois meses, provocarem o fim do seu casamento com o publicitário Roberto Justus. Agora, nos três dias da semana em que passa gravando, Adriane abre mão de pelo menos cinco eventos. "Minha vida sempre foi uma montanha russa. Com o Superpop, terei a estabilidade que tanto precisava", conta ela. No entanto, continuará à frente do programa Quiz MTV e do Torpedo, na Rádio Jovem Pan, os quais apresenta há dois anos.

Apesar da redução nos compromissos, seu faturamento continua em alta. A marca Adriane Galisteu está vinculada a jóias, calçados, sopa, meia-calça, vídeo de ginástica, biquíni e uma casa noturna. Hoje, ela movimenta R$ 420 mil por mês, 10 vezes mais do que faturava em meados de 1995. Também acaba de fechar um contrato para posar nua pela terceira vez, que deve envolver valores em torno de R$ 1 milhão, entre cachê e percentual sobre as vendas. Seus planos não param por aí. Ainda escreve um livro sobre beleza, uma espécie de manual de auto-ajuda para adolescentes, que deverá ficar pronto no início de 2000. E prepara, também, o lançamento de sua boneca, pela Estrela.

Em 1996, ela procurou o empresário e advogado de artistas Sérgio D'Antino, com um plano na cabeça: "Ela me disse que queria estar à frente de um programa, transmitido ao vivo por uma tevê aberta, antes do ano 2000", lembra D'Antino. "O Superpop é esse programa", confirma Adriane, que deu um soco no ar quando soube que teve quatro pontos de audiência média na terça-feira 16, superior ao H, apresentado por Otaviano Costa no mesmo horário. Dentro de dois meses, o programa será apresentado ao vivo. "É muito bom dar 20 pontos em uma emissora grande. Mas dá mais prazer sair do traço, tirar leite de pedra, e dar quatro pontos aqui. Eu sou a recompensada, e não a emissora."

Sua ex-empresária e ex-assessora de imprensa, Cristina Moreira, lembra de um episódio que abriu os horizontes para a modelo. "Até o primeiro aniversário da morte do Senna as pessoas encontravam a Dri na rua e diziam: 'Olha, lá, a mulher do Ayrton!' Até que um dia ouvimos: 'Olha a Adriane Galisteu! Qual maquiagem ela está usando? Qual a marca da roupa dela?' Descobri que ela era uma gostosona que venderia o que quisesse e poderia fazê-la ficar milionária", diz Cristina. A partir desse episódio, Adriane deixou de lado a divulgação do livro O Caminho das Borboletas - Meus 405 dias com Ayrton - que vendeu 270 mil exemplares e rendeu-lhe R$ 270 mil - e entrou de cabeça no mundo dos negócios. No início, topava quase tudo. Em troca de R$ 2.500, chegou a aparecer em público vestindo uma roupa de uma butique do interior de São Paulo. Mas ela conta que graças a essa mudança de estratégia conseguiu recuperar a identidade. "Eu era a viúva, a oportunista, a última namorada, menos a Adriane Galisteu", fala. "Lembro que chorei de emoção quando, num semáforo da avenida Paulista, um motorista parou ao lado e gritou: 'E aí, Adriane?'"

Com uma imagem forte e vendedora, Adriane começou a despertar o interesse das grandes emissoras e aceitou um convite da CNT/Gazeta, em 1995, para apresentar o semanal Ponto G. Seu contrato previa um ano de programa, mas Adriane abandonou o barco dois meses depois, por falta de repasse de verbas para a produção. Foi sua primeira frustração na tevê. A novela Xica da Silva, da Rede Manchete, foi o segundo ponto negativo de sua carreira. Adriane foi chamada pelo diretor Walter Avancini para participar de quatro capítulos, mas sua participação estendeu-se por nove meses, contra sua vontade. "Um dia marcaram uma gravação às três da manhã num rio poluído, em Xerém, cheio de cobra d'água. Não tinha dublê. Fiz as cenas aos prantos, com raiva de mim", afirma. "Me fizeram muito mal. Vivia pedindo ao Avancini para matar minha personagem."

Para fazer o sonho de quatro anos vingar, a apresentadora teve de encarar o estilo mambembe de fazer televisão, adotado pela Rede TV!. Para pôr no ar um canal novo em apenas quatro meses, a emissora alugou um espaço de 1.500 metros quadrados de área, onde antes funcionava a produtora do jornalista Goulart de Andrade, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo. No local, existe apenas um estúdio, onde são gravados três programas. O cenário do Superpop é montado e desmontado toda semana. Adriane chega a fazer piada com a situação precária do estúdio, em frente a sua platéia. "O Faustão demorou dez anos para conseguir um ar-condicionado. Imagine eu, aqui na Rede TV!", disse, num intervalo de gravação.

Na melhor fase da carreira, Adriane admite estar em dívida com a vida pessoal. "Claro que não deixo de dar beijo na boca e de fazer sexo por nada, mas não sei ficar sozinha", diz. "Estou louca para arrumar um namorado, alguém que entenda minha vida. E não vou passar o réveillon do ano 2000 sozinha. Quando penso nisso, entro em pânico."

Entrevista da Adriane Galisteu para revista Veja em 1999

Entrevista da Adriane Galisteu para revista "VEJA" - Páginas Amarelas (08/09/1999)

"Eu adoro dinheiro"
Com poucas lágrimas e muita determinação,a modelo avança como um tratorna batalha por sua meta: fama e fortuna. (Thaís Oyama)

"Detesto hipocrisia e gosto de gastar. Gosto de luxo. O meu dinheiro, eu dôo é para minha conta, até porque já passei necessidade"

Adriane Galisteu é uma mulher que sabe o que quer. Recém-separada do publicitário Roberto Justus, com quem viveu um casamento relâmpago de oito meses, a modelo afirma que sua prioridade é a carreira – e que, por ela, não poupa energia nem coração. Focada em sua meta com a concentração daqueles que vieram ao mundo para fazer sucesso, ela avisa: "Eu não brinco em serviço". A mãe, Emma, melhor amiga e a única pessoa no mundo em quem diz confiar inteiramente, é testemunha: "Ela não chora pelo leite derramado. Ama o que faz e passa por cima de qualquer coisa para ter o que quer". Nesta entrevista, a modelo chorou, sim, algumas lágrimas sobre o leite derramado do casamento desfeito. Deixou claro, porém, que não é do tipo que fica em casa, sofrendo.
O fenômeno Adriane Galisteu nasceu quando o namorado e ídolo nacional Ayrton Senna morreu. Mas explodiu e fulgura até hoje, numa trajetória ascendente cujo apogeu não parece à vista, porque ela decidiu que seria assim. Aos 26 anos, rica e poderosa, está mais linda do que nunca – e ainda mais obstinada.

Veja – Você está sofrendo com a separação?
Adriane – Sofri, não vou dizer que não. Mas também não estou fazendo disso uma tragédia. Não é nada que se compare ao que já passei na minha vida. O Roberto está vivo, eu estou viva. Todo mundo casa e se separa um dia. Isso é pouco para mim. Eu me separei num sábado à tarde. À noite fui fazer a peça. O que é que o público tem a ver com minha separação? Passei um colírio, peguei o carro e fui para o teatro. Eu passo pelas coisas. Passo mesmo.

Veja – Não vai ter volta?
Adriane – O casamento tem de ter atração, sexo, alegria, compatibilidade de gênios.

Veja – O seu não tinha essas coisas?
Adriane – Claro que tinha! Eu não brinquei de me casar, nem o Roberto. Não preciso disso para aparecer na imprensa, é só as pessoas olharem aonde cheguei. Vivi uma coisa muito intensa com o Roberto, uma coisa doida que nunca tinha sentido antes. Nossa relação foi ótima do começo ao fim, o sexo inclusive. Mas não deu certo, e não vou ficar sofrendo porque as pessoas querem que eu sofra. Nem fui pegar minhas coisas para não sofrer. Mandei alguém pegar – as roupas e uma foto minha de que gosto muito, só.

Veja – Vocês devolveram os presentes?
Adriane – O quê? Você conhece algum casamento em que acontece isso? O homem devolve o relógio, a mulher devolve o Mercedes?

Veja – Conheço.
Adriane – Nossa, acho tão feio isso.

Veja – Você diz que seu casamento terminou por incompatibilidade de horários. Seu namoro com o empresário Júlio Lopes também acabou assim. Você não tem medo de se transformar em mais uma loira famosa e solitária?
Adriane – Nem um pouco. Tenho certeza de que vou encontrar alguém ainda, nem que tenha de me separar dez vezes. O problema com o Júlio não teve nada a ver com agenda. Foi que a coisa ficou morna, e eu detesto coisa morna. Com o Roberto, sim. Ele é um homem extremamente voltado para a família, adora passar o fim de semana com os filhos no sítio. Ele tentou me transmitir isso: que família também é importante e tem uma hora em que é preciso puxar o freio no trabalho. Eu sei disso, mas essa hora não chegou para mim. Eu disse para ele: "Você tem 44 anos e eu tenho 26. Quando você tinha 26, pensava assim?" O Roberto queria que eu desacelerasse. Eu não vou fazer isso. Eu só acelero.

Veja – Você nem cogitou em diminuir o ritmo?
Adriane – Cheguei a pensar. Quando ele falou comigo, tentei conversar, tentei evitar a separação. Mas o que ouvi foi o seguinte: "Do jeito que está eu não quero". Respondi na hora: "O.k., então". O que vou fazer? Cancelar os contratos que assinei? Por que ele não me acompanha no trabalho? Por que só a mulher tem de acompanhar o homem?

Veja – Ele disse que você é egoísta.
Adriane – Egoísta? Não sei o que as pessoas querem dizer com isso. Para você amar alguém, precisa primeiro se amar. Isso não é uma questão de egoísmo. O que é não ser egoísta?

Veja – Abrir mão de alguma coisa pelo outro?
Adriane – Desde que não seja meu trabalho, o.k.

Veja – Fazer alguma coisa pelo outro, para o bem do outro?
Adriane – Para o bem do outro? Não, só faço pelo meu bem. Essa coisa de dar sem cobrar, dar sem pedir não existe. Depois, você acaba jogando isso na cara do outro.

Veja – Você nunca cede, então?
Adriane – Cedo, claro que cedo. Já cedi em coisas que não afetam minha vida. Ele gosta de dormir em lençol de linho e eu gosto de dormir em lençol de seda. Aí dá para ceder. Não dá é para ceder na vida profissional. Trabalho é trabalho. Deixei de fazer tudo pelo Ayrton e não deu certo.

Veja – Por quê?
Adriane – Eu não tinha um tostão, não tinha dinheiro para comprar um pastel. Meu irmão estava doente, com Aids [ele morreu em maio de 1996], minha mãe ganhava 190 reais do INSS, meu pai já tinha morrido. Eu sustentava todo mundo e não tinha poupança alguma. Quando o Ayrton morreu, acabou. Ele me dava uma espécie de mesada, uma coisa pequena, que era o que eu ganharia se não tivesse parado com tudo para ir atrás dele pelo mundo. Depois do acidente, fiquei vivendo de favor na casa do Braga [o empresário carioca Antônio Carlos de Almeida Braga, grande amigo de Ayrton Senna]. Ele pagava minhas contas, as contas de minha casa, de minha mãe. Só eu sei o que sofri. Além de perder o cara que amava, fui agredida, julgada. Eu não tinha esse jogo de cintura que tenho hoje. Era Adriane Galisteu, a oportunista. Essa palavra, oportunista, virou meu sobrenome. Isso quase me levou à loucura. E é uma injustiça, porque nunca saí vendendo capacete do Ayrton, chaveirinho do Ayrton. Você não sabe o que é o Brasil inteiro brigando com você. Parecia que eu tinha matado o Ayrton.

Veja – É por isso que você é sempre tão defensiva?
Adriane – Defensiva? Não acho que eu seja defensiva.

Veja – Em quem você confia?
Adriane – Cem por cento? Só na minha mãe. E em mim também.

Veja – E os amigos?
Adriane – Em alguns eu confio 99%. Na minha situação, não dá para eu confiar 100% em todo mundo. Por exemplo: às vezes, saem coisas sobre mim nos jornais que só pessoas muito próximas sabem. Como é que isso vai parar nos jornais? Vai porque quem falou é alguém que está muito perto de mim. E para saber quem é? Isso é uma loucura. Eu não posso sair confiando nas pessoas. Não tenho motorista nem segurança por isso mesmo. É mais gente para te trair. Eu confio mais nos bichos do que nas pessoas. Aliás, existem pessoas que acham que tenho amnésia. Muitas das que convivem comigo hoje já me viraram a cara quando eu estava por baixo. Mas você pensa que as trato mal? Trato com a maior naturalidade. Porque elas podem até me usar, mas eu vou usá-las também. É uma troca.

Veja – Você gosta de dinheiro?
Adriane – Adoro dinheiro e detesto hipocrisia. Gasto, gosto de gastar. Gosto de luxo, gosto de não fazer conta, de viajar de primeira classe. Tem gente que fala: esse dinheiro que ganhei eu vou doar. O meu eu não dôo, não. O meu eu dôo é para minha conta. Eu adoro fazer o bem, mas também tenho minhas prioridades: minha casa, minha família. Primeiro, vou ajudar quem está mais próximo. Mas faço minhas campanhas beneficentes. Já fiz muitas. Quando posso, também dou, mas sem demagogia. Só não sou perdulária, até porque já passei necessidade.

Veja – De que tipo?
Adriane – Já tive vontade de viajar e não podia. Queria ter carro e não tinha. Eu queria ter feito faculdade, não tive dinheiro. Não que eu sinta falta de livros, porque livro a gente compra na esquina e conhecimento a gente adquire na vida. Eu sinto falta de contar para os amigos essas histórias que todo mundo tem, do tempo da faculdade.

Veja – E da fama, você gosta?
Adriane – Adoro. Acho um absurdo as pessoas que falam: "Detesto quando estou comendo e me pedem autógrafo". Sabe, essa coisa blasé? O que acho muito chato é não ser reconhecida, entrar num lugar e ninguém me olhar, ninguém pedir um autógrafo. Isso, sim, é péssimo. Se não estou a fim de ver gente, não saio de casa. Quando piso na rua, posso estar morta, quebrada – mas estou sempre pronta a dar o melhor sorriso para o público. Nunca me recusei a dar um autógrafo.

Veja – Nunca?
Adriane – Nunca. Há dois anos, tive um problema de stress, minha glote fechou, quase tive de fazer traqueotomia. Foi muito sério. Fui internada e entrava gente no quarto do hospital para pedir autógrafo. Eu, toda entubada, pedia caneta, esticava o braço e assinava. Quem fala que não gosta disso está sendo hipócrita. Esse não é o preço da fama. É o prazer da fama.

Veja – E o preço?
Adriane – O preço acho que é o lado pessoal. Você não pode ser forte em todos os campos da vida. Se fosse assim, eu estaria com o Beto até hoje. Minha força é centrada para uma coisa: o profissional. O lado sentimental acaba ficando aberto mesmo. É mais difícil para mim.

Veja – E isso a incomoda?
Adriane – Incomoda um pouco.

Veja – Como?
Adriane – Parece que os homens ficam apavorados comigo. Tanto que não sou cantada. A última pessoa que me cantou foi o Roberto, e me casei com ele. Pergunta se alguém me convida para jantar, a não ser meus amigos. Pergunta se meu telefone toca. Toca para trabalho. Um dia, na rua, um rapaz de moto passou e mexeu comigo. Quando olhou para minha cara, falou: "Desculpa, não sabia que era você". Eu sinto um pouco a falta dessas situações normais. Mas tenho outras coisas. Então, penso: "Bom, não tenho isso, mas tenho o profissional". As pessoas têm de ser felizes com a situação que têm. Eu tenho o profissional e sou feliz aí.

Veja – Você já traiu?
Adriane – Já traí e já fui traída. Mas isso foi na época dos namoros menos sérios.

Veja – E o Ayrton?
Adriane – Não.

Veja – O Júlio?
Adriane – Não.

Veja – O Roberto?
Adriane – Não.

Veja – Nenhum deles?
Adriane – Não. Quer dizer, depende do que você entende por traição. Eu te dou três opções de traição. É mais traição você sair com outro homem ou viver com um homem que você não ama e não ser verdadeira com ele? A pior traição não tem a ver com essa coisa de pele.

Veja – Entre essas três opções, você já cometeu alguma?
Adriane – Eu sempre fui verdadeira com todos os meus homens.

Veja – Que erros você acha que cometeu?
Adriane – O mais recente foi ter me casado com o Roberto, em vez de continuar namorando. Se eu o estivesse namorando, estaria com ele até hoje.

Veja – Você ama o Roberto ainda?
Adriane – Por que você está me fazendo essa pergunta?

Veja – É uma entrevista.
Adriane – Acho que não tem nada a ver. Nem quero que você coloque essa pergunta.

Veja – Você acha que ela é ofensiva?
Adriane – Acho que é uma situação muito delicada. Você quer que eu fale o quê? Que o amo? Que estou sofrendo?

Veja – Foi uma pergunta.
Adriane – Você quer que eu fique fragilizada em relação a ele? Isso é muito delicado. O que posso te dizer é que eu gostaria que as coisas não fossem assim. Não brinquei de me casar. Gostaria de estar casada ainda. Mas vou fazer o quê? É o tipo da pergunta maldosa. Estou falando que estou numa boa, que estou focada no meu profissional, e você pergunta se amo o Roberto?

Veja – Você prefere falar só de seus sucessos, não tem derrota?
Adriane – Mais derrota do que uma separação depois de oito meses? Vocês querem o quê? Que eu fique em casa sofrendo? Não entro em depressão. Estou fora dessa droga, não adianta. Isso não vai me pegar. Sofrimento é ver meu pai morrer quando eu tinha 15 anos de idade sem nem poder me despedir dele. Sofrimento mesmo é estar cheia de dinheiro no banco e ver o irmão morrer numa cama de hospital sem poder fazer nada. Escuta: separação é pouco para mim. Eu passo que nem um trator por essas coisas. Passo mesmo.

Veja – Você já está há bastante tempo na mídia...
Adriane – Seis anos. E me orgulho disso. Fazer sucesso não é difícil. Qualquer anônimo que quiser vira pessoa pública amanhã. É só saber usar uma situação. Eu tive uma oportunidade e soube aproveitá-la. Não aconteci e depois apaguei. Hoje tenho um público fiel, um público que conquistei e que me adora. Tenho programa de rádio, TV, oito produtos licenciados com meu nome. E está dando certo. As pessoas no Brasil, em geral, têm medo de falar de dinheiro. Eu não tenho medo de falar disso, não vejo nada de errado ou de vergonhoso nisso. Só não falo em números porque vivemos num país muito violento e com muita miséria. Eu mereço o que tenho, porque não estou brincando de ser famosa. Posso me divertir, posso adorar o que faço, mas olha: eu não brinco em serviço.

Veja – E aonde você quer chegar?
Adriane – Pode ter certeza de que não estou nem no meio da escada.